terça-feira, 22 de abril de 2008

Decisão duvidosa


Há quase quatro anos tomei uma decisão em minha vida: Cursar uma universidade. Escolhi o curso de jornalismo – em Mogi das Cruzes. Mal sabia, eu, que tal decisão implicaria no meu modo de encarar a vida, realidade e descaso. E não falo de conteúdo, aulas, enfim. Falo, principalmente, da minha locomoção. Nunca pensei que ir à Mogi das Cruzes fosse tão maçante. Como citei acima, há quase quatro anos iniciei minha dura batalha de ‘subir na vida’. Que o transporte público é FÁLIDO eu já sabia, que o DESCASO dos políticos existe, e não de hoje, eu também sabia, mas uma coisa que não era percebido aos meus olhos são as condições sub-humanas que essa população, que precisa dos meios de transportes públicos, enfrenta em seu dia-a-dia. Isso sem falar da falta de educação de alguns, que é essencial para uma sobrevivência no mínimo digna em qualquer parte desse mundo. Aquele amontoar de gente empurrando uns aos outros desprezando qualquer hipótese de respeito ao próximo. Educação essa esquecida por governos passados e por governos contemporâneos. Aliás, somos frutos de um esquecimento proposital desses que sugam os cofres enriquecidos com nosso dinheiro. Afinal, qual é o governo que vai se preocupar em educar seu povo para que posteriormente o questione sobre ações arbitrárias, imorais e rasteiras? Nenhum. Bom, retomando ao assunto – minha decisão de estudar em Mogi – durante algum tempo, até que foi legal. Só que o desgaste causado pelos trens lotados e a eloqüente falta de bons modos dos usuários nos remete a pensarmos e revermos se é isso, realmente, que queremos. É, sem sombra de dúvidas, um sofrimento diário. Será que ninguém nunca vai olhar para isso? Dias atrás vindo de um congresso no centro de São Paulo passei por um literal aperto no trem rumo à minha residência. Pessoas amontoadas, desrespeitando toda e qualquer pretensão de espaço, que certo dia alguém disse que tínhamos direito. E pensar que pagamos por isso... Esses impostores que nos “representam” se quer imaginam como deva ser essa situação HUMILHANTE presente todos os dias na vida dos que querem apenas chegar inteiros em suas casas ou em seus trabalhos. Queria fazer um pedido àqueles que se submetem aos horrores dos transportes públicos: SEJAMOS ATIVOS. Não podemos ser abrir mão de no mínimo uma locomoção segura e decente, a qual PAGAMOS. Já não bastam todos os desafios enfrentados por nós ao longo do dia? Exijo ao menos ser tratado como ser humano.

Um comentário:

Aliz de Castro Lambiazzi **jornALIZta** disse...

Glauber, obrigada por visitar meus blogs e comentar. Os seu também está ótimo!

Isso que você comenta sobre o transporte público é uma verdade que vai e volta comigo, e eu fico tão inconformada quanto você. Não é digno, não é respeitoso, não é decente. Nós pagamos (e caro!) para sermos humilhados mesmo, porque não há conforto, não há segurança e não há o mínimo de espaço, sem falar na pontualidade. Só eu sei as horas somadas no final do mês que negativam alguns reais do meu salário porque a porcaria do trem atrasou ou simplesmente parou no meio do caminho.
Pôxa, será mesmo que ninguém olha pra isso? Não é à toa que a CPTM não deixa nem tirar uma fotinho nos trens... vai querer mostrar essa calamidade pública? Você é a terceira pessoa que visita o meu blog e comenta que escreveu sobre essa situação vivida no transporte público. Bem, vamos nos unir!

Obrigada! Espero contar com sua visita sempre!
Vou recomendar seu blog.

Beijos
Aliz