Vá com Deus, princesinha!

Aparentemente alegre, a pequena menina do sorriso largo corre pela grama do parque. Como um pássaro, voa sem se preocupar com o tempo que passa rápido. Certamente, a alegria está nesse ser, que nada fez a ninguém. Só quer viver, ser feliz e desfrutar da maravilha que é a natureza. Em seu rosto, a estampa da inocência. Lá corre a bela garota sem direção, talvez queira brincar eternamente, no embalo do sol radiante, ela não se cansa. A figura de Deus é perceptível no semblante da menina. Sua paz de espírito robustece a vontade de querer vê-la sempre. Seu nome? Isabella. A grandiosa e inócua menina, que outrora brincava de viver sofre sem ter culpa, apaga uma luz nas estrelas por intermédio de um segundo que não conseguiu se quer pensar no próximo, que não tentou ao menos pensar em si mesmo. E com um ato desonesto com a própria convicção resolve por fim em uma vida. O tal homem, com a podridão que esfacela qualquer tentativa de compaixão. Do amargo que rompe suas vísceras atingindo ao extremo da crueza, não percebe o amor que aquela pequena luz mostra. A sensibilidade lhe falta, não lhe cabe. Tem, então, a infeliz idéia de por um fim, de maneira que excede a marginalidade, na vida de uma pequena garota, que nada tinha a ver com seus dias cinzentos. Nesse meio tempo procurei respostas, procurei saídas cabíveis a um lixo que chamam de homem. Tamanha foi a covardia, que este ou esta, ou quem sabe os dois juntos, tiveram o cuidado de não querer deixar marcas. Eu sinto vergonha. Só de pensar na dor que aquela pequena garotinha sentiu... Revolta-me! Esse monstro abusou da condição de continuar vivo. Ao menos merece respirar o mesmo ar que eu, porque eu não me permito isso. A ausência de escrúpulos surpreendeu até mesmo o pior dos seres. Espero ao menos que seja feita, pela primeira vez nesse país, a justiça. E esse que afligiu a vergonha de outrem, pague com a pior das dores, sua consciência. Vá com Deus princesinha...