segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Madrugada

Na madrugada ele acorda e anda até a sacada de seu apartamento. Acende um cigarro e passa a observar o silêncio. Nada de carros, nada de gente. Apenas o sopro do vento que ajuda a queimar a brasa de seu cigarro.

No horizonte, prédios.

As luzes das casas ao redor chamam a sua atenção. Aquele silêncio parece deixa-lo em paz. O faz sentir o único homem desperto naquele momento. Entre um trago e outro, um filme de sua vida começa a passar em sua cabeça. É hora de ter uma DR com a consciência.


Ele pensa no que fez, no que não faria e no que vai fazer. É como se aqueles segundos fossem um julgamento de seus atos. É o purgatório das suas escolhas. Ele sabe que não se corrige o que foi feito, mas sabe que é possível alterar o que será.


A medida que o tabaco do cigarro queima entre seus dedos, o homem se define como um “novo” ser. O amanhã que logo aponta no relógio é a sua nova chance de fazer diferente e, assim, seguir os próximos passos. Pelo menos até a madrugada seguinte.



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