segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Além do que se vê

Vejo além do que se pode ver. Repenso, penso e volto à estaca zero. Procuro o porquê, mas não vejo nada. Enxergo pessoas tristes ao meu redor. Tenho visto muito mais do que queria. Enxergo loucuras num mundo que não se pode ver. Cenas delirantes impróprias para minha visão. Estalo os dedos e enxergo a hipocrisia me dando um tchau. Pisco os olhos e a demagogia alardeia pedindo ajuda, se julgando coitada. Onde vou parar? Quero apenas enxergar coisas inanimadas. Quem sabe assim minhas idéias param de acrescentar ao meu próximo um julgamento indecente. Faço uma leitura abstrata do mundo, o qual, reconheço, não consigo entender.
Percebo que ao meu lado existe uma carência eloqüente, mas despercebida. Sou atraído para uma realidade, que no meu inconsciente se resume numa farsa moral. Vejo em meus comandantes uma lamaceira estúpida. Nesse caso, são eles que tentam fazer com que eu não enxergue nada. Minha visão compõe uma ingenuidade forçada, pois assim como eles, não quero ter culpa de nada. Enxergo sem que eu tenha vontade, mas os atos daqueles que transbordam ironia, são cometidos benevolamente.

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