Estava triste num canto só meu. Numa atmosfera extinta, sem luz. Pensei nos dias, pensei nas horas, na hora em que pensava nos dias. Sobrevoei meu mundo como se de fato eu pudesse fazê-lo. Abri portas, janelas e não encontrei o que procurava. Me transpus em uma situação imagética, onde o futuro era eu quem conduzia.
Atravessei paredes, avistei montanhas sem jamais incomodar alguém. Desafiei a órbita. E subitamente dei de fronte com uma verdade - triste verdade. Algo que eu desconhecida. Mas corajoso, orgulhoso que sou, preferi dar de ombros; segui. Ao fundo uma leve canção me acompanhava. Procurei saber de onde vinha, mas desisti, a insignificância do momento era só meu.
Rabisquei nas nuvens minha alcunha. Rabisquei nas nuvens a ilusão de ser avistado, mas ninguém chamava meu nome. Não importava pra mim. A insignificância do momento era só meu. Zombei no instante, mas chorei pós-seguinte. Lágrimas sem justa causa. Lágrimas que brotavam sem que eu merecesse.
Continuei a abrir portas, janelas e a atravessar paredes, só não imaginava ficar sem as repostas que procurava. Talvez seja pelo fato de a insignificância do momento ter sido só meu...
Um comentário:
Parece insignificante porque fica guardado só dentro da gente, mas o rebuliço que causa internamente é poderoso. Quanto mais coragem temos de fuçar assuntos e sentimentos misteriosos, sem explicação lógica, mais profundo mergulhamos em nós mesmos. Você se aprofundou, e embora as respostas não tenham vindo como você gostaria, elas aconteceram. É que a gente aprende errado, querendo tudo óbvio demais, e a vida não é muito dada às respostas prontas.
O seu momento, pelo que li, foi significante demais!
Parabéns pelo blog!
Beijos
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