terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Uma lembrança em meio à rotina


Na varanda de sua casa, Célio, um homem de 35 anos, observava a ida e vinda das pessoas. Alguns o cumprimentavam quando o viam. Ficou ali parado, pensante, como se o mundo não rodasse. Pensava nos momentos em que vivera sua infância e no modo como chegou ao ponto atual.

Na mente, buscou as mais belas lembranças de quando ainda era um garoto inocente e sem malícia com um futuro que logo chegaria. Trouxe à memória suas relações com as garotas que teve durante esse trajeto. Momentos felizes, outros nem tanto, mas que fazem parte de seu contexto de vida. Um caso que teve com uma jovem aos 23 anos o remetia a uma recordação especial. Grandes momentos passara com Clara, sua ex-namoradinha do coração.

E muito embora hoje esteja casado com Lucia e seja pai de três filhos, Guilherme, João e Ana, a grande verdade é que Clara nunca saiu de sua cabeça. Foi com ela que sentiu pela primeira vez a dor do amor. Sentimento sincero que nos transporta às mais diversas sensações – boas e ruins. Lembrou de quando a conheceu e de quando se beijaram pela primeira vez. Célio viveu momentos intensos com Clara, tanto que um dia imaginaram formar uma família. Não se tratava de uma fantasia jovial, em que o calor das emoções soltava planos descomprometidos. Realmente sentiam, naquele momento é verdade, que teriam uma vida feliz até a velhice.

Mas pouco tempo depois, por um mistério do corpo, da alma – a estima que um tinha pelo outro se perdeu. Se perdeu em uma ocasião qualquer do dia. Ninguém sabe ao certo os motivos, mas o fato é que o coração de Célio jamais voltou a pulsar da maneira que pulsou por Clara.

Ainda na varanda, uma lágrima descia em seu rosto. Vale reforçar que aquele homem não era infeliz com a família atual, pelo contrário. Sua relação com Lucia e os filhos estava maravilhosamente bem. Mas o resgate de uma história que marcou sua vida era inevitável. Célio não deixava de desejar Lucia, apenas gostava de lembrar de Clara.

Ainda no mesmo lugar de início, Célio acendeu um cigarro acompanhado de um copo de uísque. Aquela lágrima que minutos antes tomara sua face, já secara. E a cada trago e a cada gole que dava, a leveza do corpo era mais nítido. Passou a olhar para a rua sem um ponto definido. Seus olhos se perderam no horizonte sem a pretensão de olhar qualquer coisa.

Não era comum aquele homem perder horas parado visualizando sabe-se lá o quê. Porém, em seus costumeiros dias, aquele era um momento ímpar. Sentou-se numa cadeira que lhe fazia companhia e estendeu as pernas na mureta da sacada. Ficou ali por mais algum tempo. Levantou-se e "retornou" a vida, como de costume.

8 comentários:

clerleone disse...

' Caraca Véio ' Chaei Muito Féra Essa Tua Crônica, Gostei Muito Por Que Estou passando por algo parecido a isso . Vlw Aew !

Rayra Damiana disse...

olha vou te confessar que ñ gostava muito de redação nem de cronicas...até agora a pouco.rsrsrs sério,vou voltar sempre aqui pra ler suas redações tudo mais..ñ vou voltar só nas vesperas de prova(como hoje)desesperada a procura de ideias!!

bjs

Unknown disse...

kkkkkkkkk vida dura!

Nataniel Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nataniel Santos disse...

Você escreve com o coração! Sabe expressar bem com palavras momentos da vida! Parabénss!

O psicolouco disse...

Vc que escreve essas crônicas?

muito boa!!!

Parabéns!

Seguindo...

Glauber Canovas disse...

Obrigado, pessoal. Vou retomar as atividades em breve. Agradeço mais uma vez.

Anônimo disse...

qual desses textos é uma cronica